Você Ainda está Presa Sendo a "Boazinha"?

Laboratório do Ser - Edição #033

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O que a Lenda do Vaso Chinês Ensina Sobre o Resgate do Feminino Autêntico

O vaso valioso

Conta uma antiga lenda chinesa que um velho monge, pressentindo a própria morte, decidiu eleger entre os seus discípulos aquele que seria o seu sucessor.

Por ser um homem sábio e justo, não poderia deixar que a predileção por algum de seus aprendizes influenciasse a sua escolha. Embora a palavra final fosse sua, a escolha seria dos próprios monges, por isso, daria a eles uma tarefa difícil e a escolha recairia sobre aquele que conseguisse cumpri-la.

Numa manhã amena, quando soprava uma suave brisa na montanha onde se localizava o monastério, o velho mestre reuniu os dez aprendizes mais dedicados, os quais treinava havia anos, e com um olhar sereno, anunciou:

"Meus queridos aprendizes, sinto que meu tempo neste mundo está chegando ao fim. Antes de partir, devo escolher um sucessor entre vocês."

Os jovens se entreolharam com tristeza, pois, embora soubessem que o mestre tinha idade bastante para partir, não desejavam perder sua companhia e deixar de beber dos seus ensinamentos.

O mestre pediu que o jovens o acompanhassem até uma sala especial na qual nenhum deles jamais havia entrado e todos se surpreenderam ao notar que a sala secreta estava completamente vazia.

Logo depois que adentraram o recinto, o velho mestre deu uma orientação a alguns serviçais. Dois homens fortes entraram carregando um imenso, antigo e valioso vaso que foi colocado no centro da sala.

Ele então disse:

"Eis o seu desafio. Resolvam o problema que este vaso representa até o pôr do sol. Quem conseguir será meu sucessor. Se ninguém resolver, o monastério será fechado."

Com essas palavras, o mestre saiu, deixando os discípulos perplexos.

Os candidatos à sucessão não tiveram chance de fazer qualquer pergunta e concluíram que o precioso objeto ocultava o problema.

Os mais ágeis logo viraram o vaso para procurar por alguma pista em seu interior, mas ele estava vazio e não havia nada dentro dele. Então, o viraram para olhar embaixo, mas a porcelana era tão branca e limpa como o lado de dentro.

A superfície externa do vaso era decorada, havia uma grande quantidade de traços delicados formando belíssimos desenhos e todos buscavam algum defeito nas imagens tatuadas no vaso.

Por horas, eles examinaram o vaso minuciosamente, discutindo em sussurros:

"Talvez haja uma mensagem escondida nos desenhos?" "Não, deve haver algo dentro do vaso!" "E se virarmos de cabeça para baixo?"

Conforme o sol começava a se pôr, o desespero tomou conta dos jovens.

Subitamente, um dos discípulos se levantou e, para o choque dos demais, quebrou o vaso com um chute.

Os outros gritaram:

"O que você fez? Destruiu nossa chance!"

Nesse momento, o mestre reapareceu, sorrindo:

"Eis o meu sucessor!"

Os outros protestaram, dizendo que ele havia destruído o vaso. O velho sábio sorriu novamente e lhes disse:

"Meus jovens, o vaso era o problema. Este discípulo corajoso foi o único a entender isso e agir. Lembrem-se sempre: por mais belo ou valioso que um problema pareça, ele ainda é um problema.

Enquanto vocês tocaram o vaso com cuidado, o alisaram e acariciaram, o esquadrinharam tentando encontrar uma resposta mágica, esse discípulo fez a única coisa que podia ser feita: identificou o problema, encarou-o e o resolveu.

Se vocês se apaixonam pelo problema, vão tratá-lo com muito tato, vão ser delicados com ele, vão tentar decifrá-lo e, não conseguindo, vão se curvar diante dele e carregá-lo com vocês.

Problemas existem para serem resolvidos.”

A moral da história é que às vezes ficamos tão admirados com a aparente perfeição do vaso, que paramos de usufruir da própria experiência da vida. Já dizia Bert Hellinger: Somente o imperfeito tem futuro.

Comecei com a lenda do vaso chinês, mas quero trazer a temática para o nosso mundo feminino e como podemos relacionar a quebra do vaso com nossa ruptura com antigos padrões.

O que acontece quando as mulheres dizem não?

Aprender a dizer não é parar de trair a si mesma

Assim como na história do vaso valioso, é preciso extirpar as velhas formas e isso implica em deixar ir muitos mitos pessoais, as historinhas que contamos para nós mesmas sobre as coisas que TEMOS QUE SER, ou TEMOS QUE FAZER.

“Tenho que ter sucesso.”

“Tenho que casar.”

“Tenho que ser a mãe perfeita, a esposa perfeita, a filha perfeita.”

“Tenho que ser sempre educada e gentil.”

“Tenho que ser boazinha para ser amada.”

“Tenho que atender as expectativas dos meus pais, dos meus professores, da minha Igreja, dos outros.”

Essa idealização destrói quem somos. Ela toma muito tempo, muita energia e pode até nos deprimir, porque nos cobramos para alcançar uma autoimagem idealizada da mulher perfeita e, quando não conseguimos, nos sentimos incapazes.

Jean Shinoda Bolen afirma:

“Quando estamos fazendo alguma coisa porque é o que se espera de nós, porque queremos agradar alguém ou porque temos medo de alguém, ficamos mais alienadas da sensação de viver autenticamente.

Se apenas continuarmos a viver o papel que conhecemos bem, o custo disso será permanecermos cada vez mais isoladas…costuma ser necessário atravessar o caos, sair do rumo, perder-se na floresta por algum tempo antes de cruzá-la e encontrar novamente nosso caminho.” 

Às vezes é preciso quebrar o vaso.

O problema é que temos dificuldade em dizer não porque é muito bom agradar o pai, o chefe, o colega de trabalho, o namorado. Não queremos decepcionar os outros. Boa parte da nossa autoimagem, enquanto mulheres, se deve a fazer outras pessoas felizes.

Chegamos a ser viciadas na perfeição porque é isso que esperam da gente. A sociedade espera que “estejamos a altura” de padrões de virtude, realização, inteligência e aparência física.

Se não estivermos, espera-se que sintamos arrependimento e passemos a trabalhar mais, a estudar mais, a fazer dieta, exercícios e usar roupas diferentes até que consigamos nos encaixar na imagem da mulher ideal.

Então precisamos suportar a dor de não ser o que esperavam de nós e enfrentar a mudança.

"Precisamos estar dispostos a nos livrar da vida que planejamos, para podermos viver a vida que nos espera.”

Joseph Campbell

Com a mudança vem o vazio, porque todo processo de crescimento implica em uma perda de pertencimento. É crucial suportar esse vazio para abrir espaço para a construção de uma versão melhor da mulher que desejamos ser.

Isso implica também despedir-se dos pais, e na visão sistêmica, principalmente do seu pai. Isso não significa que você tenha que se afastar fisicamente.

Mas deve deixar de ser “a filhinha do papai".

Sim…a boazinha, a querida, a meiga, a que acredita em todo mundo, a inocente, a que quer se comportar e esconde a raiva dentro dela, porque não há espaço para que a sombra seja vista.

A que guarda também a sua energia sexual, e tudo que a criatividade reserva.

A que se esconde do dinheiro, dos relacionamentos.

A busca da mulher para se reconectar com o feminino passa inevitavelmente pela morte da mãe boa demais e o “divórcio” do pai. Passa por deixar de ser a boazinha e aprender que mulheres fortes podem dizer não.

Passa por quebrar o vaso para sair da paralisia decisória de fingir ser quem não somos. Passa também por admitir que, às vezes, nosso melhor não vai ser suficiente para o outro. E tá tudo bem.

Você ainda está presa sendo a "boazinha"?

A boazinha não tem resultados

Descubra se chegou a hora de se reconectar com o seu Feminino autêntico. Leia cada afirmação e dê a si mesma 1 ponto para cada uma que se aplicar a você.

1 - Contenho a minha raiva

2 - Tenho medo de desagradar

3 - Me comparo com as outras pessoas e me acho inferior

4 - Busco constantemente validação e reconhecimento externo

5 - Tenho uma sensação de vazio interior frequente

6 - Tenho medo intenso de perder ou fracassar

7 - Tento controlar tudo e todos ao meu redor

8 - Sou excessivamente rígida com minhas regras e expectativas

9 - Vivo com uma mentalidade de escassez

10 - Estou sempre fazendo coisas, sem dar espaço para simplesmente SER

Pontuação: 

0-3 pontos: Você está no caminho certo para autenticidade.

4-7 pontos: Há áreas para trabalhar em sua conexão com o Feminino.

8-10 pontos: É hora de uma reconexão profunda com sua essência feminina.

E aí? Quantos pontos você tirou?

Compartilhe sua pontuação nos comentários ou responda a este e-mail.

Quero saber se você está pronta para resgatar o seu maior poder. Lembre-se: Enquanto você quiser ser boazinha, continuará traindo a si mesma.

Está preparada para dar o próximo passo em direção à sua autenticidade?

Por Dentro do meu 🧠

🎥 O que estou assistindo: Emily in Paris - Quarta temporada na Netflix. Bem teen e água com açúcar. Adoro os figurinos.

🎵 O que estou ouvindo:  Never Get It Right - Ines Rae - trilha sonora de Emily in Paris. Tô na vibe teen, não adianta…

📕 O que estou lendo: A Jornada da Heroína: A Busca da Mulher para se Reconectar com o Feminino de Maureen Murdock. Maureen diz que tudo é possível para as mulheres quando encontramos a nossa voz, honramos nossa identidade, batalhamos juntas por um objetivo comum e permanecemos de braços abertos aos céus, como a antiga Deusa Mãe, numa postura de orgulho e reconhecimento da sacralidade do feminino. Eu concordo.

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✍️ Escrita por Andrea Felicio compartilhando experiências pessoais ao redor dos temas: Mentalidade, Mulheres e Marketing.

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