Somos mais leais do que livres

Laboratório do Ser - Edição #009

Eu estou cansada de ver tanta gente perdida, com a sensação de estar repetindo padrões, sem conseguir se libertar das correntes invisíveis do passado.

Estou cansada de ver tanta gente fingindo ter uma vida perfeita, mostrando demais e tendo de menos por dentro. Você deve ter percebido isso na minha última News (clique aqui se você perdeu).

Estou cansada de ver gente que busca nos galhos o que só podemos encontrar nas raízes.

Como me dói todos os dias ver mulheres (e muitos homens também, mas eu atendo mais mulheres, sabe?) vivendo tudo que eu já vivi, afastadas de si mesmas. Hesitantes, bloqueadas, inseguras, incapazes de realizar os próprios sonhos, vacilantes, inconstantes…

Fui trabalhar em Wall Street porque isso me daria dinheiro e status e isso era “bem visto” pelo meu sistema familiar e pela sociedade.

Nessa época eu me preocupava demais com a opinião alheia. Tentei ser quem eu não era para agradar os outros. Segui o script que era esperado de mim.

A cara de alegria com esse terninho no jatinho quando eu trabalhava em NY com fusão e aquisição de empresas

Me afundei no trabalho porque esse era o lugar mais seguro para mim. Eu fugia da minha dor como a May, minha cachorrinha, foge do banho.

Trabalhando em casa depois de uma jornada de 14h no trabalho

Óbvio que deu ruim e eu tive burnout… Esse assunto é tema da Edição #005.

Hoje eu entendo que eu sou o que eu sou, graças a todas as dores pelas quais eu passei. Mas na época eu tinha colocado uma etiqueta em todos os meus traumas que dizia: “Eu não quero ver. Eu não aceito aprender com isso.”

Quanto mais eu rejeitava o passado, mais permanecia presa a ele por correntes invisíveis.

Quanto mais eu reprimia a dor, mais ela persistia.

Quanto mais eu evitava olhar, mais eu vivia em um estado de “imitação”, repetindo frases e crenças que eu ouvi das figuras de autoridade que mais me influenciaram na infância, mas que não eram verdadeiramente minhas.

Vou ser sincera: eu me escondia no trabalho porque eu tinha me afastado dos meus instintos.

“A mulher conectada com a sua Natureza Instintiva abre canais através das mulheres, e se elas estiverem reprimidas, ela luta para erguê-las. Se elas forem livres, ela é Livre”

Clarissa Pinkola Estés

Eu sentia angústia, entorpecimento, ansiedade. Eu acordava todos os dias para ir para o trabalho chorando… porque eu nunca senti que meu lugar era ali. Você também já se sentiu assim?

Procurei ajuda em métodos tradicionais: terapia, ansiolíticos, meditação.

Nada funcionou.

Até que entendi que eu fazia parte de um sistema maior.

Até que você traga o inconsciente para a consciência, ele vai dirigir a sua vida e você vai chamar isso de destino.

JUNG


Somos mais leais do que livres

Enquanto não entendermos isso, continuaremos travados.

O que você resiste, persiste.

O seu passado não vai deixar de existir. Dores e traumas reprimidos vão sendo carregados de geração em geração, formando correntes invisíveis que nos aprisionam.

Como que dores e traumas são repassados de geração em geração?

Vou dar apenas um exemplo do livro Não Começou com Você, do Mark Wollynn.

Inclusive, o livro foi a base de uma série incrível na Netflix: Uma Nova Mulher. Você já assistiu? É a série que melhor explica a Constelação Familiar.

Mas voltando a um dos milhares de exemplos que o Mark Wollynn traz no seu livro…

O Instituto de Pesquisas do Cérebro de Zurich conduziu um experimento em 2014. Pesquisadores submeteram ratos a períodos de stress prolongados e repetidos: eles separavam os filhotes de suas mães. Algum tempo depois, eles fizeram esses ratinhos se reproduzirem e descobriram que os filhotes da segunda e terceira geração de ratos demonstravam os mesmos sintomas de PTSD (estresse pós traumático), apesar de nunca terem vivido nenhum trauma na própria pele. Ou seja, os efeitos de um evento traumático permanecem na família por algumas gerações.

Por que isso acontece? Porque inconscientemente dizemos a quem veio antes: “Eu sou um de vocês. Sou sangue do seu sangue. Faço igual porque sou como vocês. Repito o seu destino e/ou carrego essa dor por vocês.”

Foi só quando eu conheci as constelações familiares que pude transformar minhas angústias na minha maior força.

A partir daí resolvi fazer diferente e me comprometi a repassar os ensinamentos que mudaram para sempre a minha vida.

Não é justo você continuar colocando as necessidades dos outros (dos seus pais, dos seus filhos, dos irmãos, dos amigos) à frente das suas.

Não é justo você achar que tem que dar conta de tudo e esquecer dos seus sonhos.

Não é justo você se colocar em último lugar.

Eu demorei anos para ter coragem de deixar o mercado corporativo e me tornar consteladora familiar até que descobri esse exercício sistêmico que me fez perder o medo.

Desfazendo as “lealdades”

Se você sente que repete padrões inconscientes da sua mãe:

Imagine a sua mãe na sua frente. Por trás dela, imagine o destino dela, que você não sabe qual é. Atrás de você está o seu destino, que você também não sabe qual é. Olhe para o destino da sua mãe e perceba a grandiosidade dele.

Agora olhe para a sua mãe e diga: “Eu vejo a sua força e a sua dignidade. Você dá conta de tudo que é seu. Eu sou eu e você é você. O seu destino não é o meu destino. Para o seu destino, você tem a força, assim como eu tenho a força para o meu.

Eu sou eu e você é você, cada uma no seu caminho, conectadas pelo fio invisível do coração. Eu fico só com o que é meu e deixo você com o que é seu.

Vire-se de costas para a sua mãe. Sinta a força dela e olhe para uma porta ou uma janela (isso representa a sua vida).

Caminhe em direção à sua vida dizendo: Eu, adulta, na vida.

Se você sente que repete padrões inconscientes do seu pai, faça o mesmo exercício, só que imagine seu pai na sua frente. Repita quantas vezes sentir que é necessário, até que algo vá se aliviando dentro de você.

Antes de continuar, preciso confessar uma coisa. 

Eu fiz muitos cursos de constelação e não conseguia aplicar os ensinamentos na minha própria vida. Tentei constelar com bonecos, mas logo percebi que aquilo não era para mim. Foi só quando fiz um curso de movimentos sistêmicos de Autoconstelação que consegui criar mudanças na minha vida.

Por isso vou te entregar mais um exercício sistêmico para você soltar as amarras do passado. Até hoje só mostrei esse exercício dentro dos meus cursos pagos.

Você vai precisar de papel, caneta e pedrinhas ou grãos de feijão.

Escreva em um papel o nome do seu pai e no outro o nome da sua mãe e posicione os papéis no chão, atrás de você. O pai fica atrás do lado direito. A mãe do lado esquerdo. Atrás do seu pai estão o avós e os bisavós paternos. Atrás da mãe, os avós e os bisavós maternos.

Cada fila representa uma hierarquia do seu sistema familiar.

Atrás de todos coloque um papel no chão escrito: Antepassados. Pegue seu saquinho cheio de pedras e volte-se para os seus pais.

Diga: "Papai, mamãe, eu tentei levar isso para você, mas foi muito pesado para mim. Esse peso pertence a você. Agora eu vejo a sua força e a sua dignidade. Te devolvo o que é seu e fico apenas com uma pedrinha, como uma lembrança da conexão com você.”

Pegue uma pedrinha e entregue as demais para o pai/mãe. Repita o ritual para todos os integrantes da fila (devolva as pedras para os avós, bisavós).

Ao chegar nos antepassados, pise neste campo e diga: "Fico feliz que você tenha devolvido as minhas pedras. Elas me pertencem e sei como lidar com elas. Agora você está livre para viver a sua vida. Essa é a ordem correta. Cada um segura apenas aquilo que lhe pertence."

Veja como você se sente quando fica apenas com o peso da sua pedra e devolve as pedras de todos que vieram antes.

Agora, presta atenção!

Esses exercícios são a base de uma aula muito mais profunda que vai rolar no dia 23.11.

A aula é gratuita e é um verdadeiro presente para você, que quer encontrar o seu lugar no mundo, quer fortalecer as suas raízes e se reconciliar com seus pais ou com o seu passado.

É para você que quer quebrar o ciclo de traumas que são repassados de geração em geração.

Lembre-se: você é o sonho dos seus antepassados!

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Newsletters de quem admiro:

Alquimia da Mente do meu mentor Henrique Carvalho, que é uma inspiração para mim. Tenho o privilégio de aprender com ele sobre como transformar a escrita em uma forma de sustento.

Bruxa Cientista da minha amiga e astróloga Fabi Ormerod. Em sua última newsletter a Fabi falou sobre o nosso inconsciente e as sombras.

🎦 Sugestão de série, na Netflix:

UMA NOVA MULHER - Três amigas partem em busca de uma nova conexão espiritual, mas terão que enfrentar traumas familiares do passado.

Na próxima edição #010

Ainda não decidi qual será o tema da próxima edição.

  1. Dentro da categoria "mentalidade", penso escrever sobre Sorte de principiante: isso existe? (viés de associação)

  2. Dentro da categoria "mulheres" penso em escrever sobre Autocuidado Feminino Elitista x Autocuidado REAL

  3. Dentro da categoria "marketing", penso em escrever sobre Como transformei meus posts do Instagram em um livro

Ajude-me a decidir qual tema devo escrever.


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✍️ Escrita por Andrea Felicio compartilhando experiências pessoais ao redor dos temas: Mentalidade, Mulheres e Marketing.

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