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Quando a Vida Dói
Laboratório do Ser - Edição #027
Como você e auto motiva nos downs da vida de empreendedora?
Recebi essa pergunta de uma leitora que preencheu a minha pesquisa de Boas Vindas do Laboratório do Ser.
Antes de respondê-la, quero aproveitar para pedir um favor para você que ficou com preguiça de preencher a pesquisa ou que achou que tomaria muito tempo.
Sei que nunca vou agradar a todos com o que escrevo. Isso é impossível. No entanto se eu puder tocar o coração de uma única pessoa, já considero meu esforço de escrever a News válido.
É por isso que preciso da sua ajuda. Quero entender o que você valoriza e quais assuntos quer ver por aqui. As suas respostas vão nortear o futuro da Newsletter Laboratório do Ser.
Posso contar com você? (leva menos de dois minutos).
Só cai da bike quem está em cima dela
Uma das coisas que faço para me motivar é ouvir podcasts. Essa semana ouvi esse podcast sensacional do Joel Jota.
Em determinado momento ele declara: “Só cai da bike quem está em cima dela". A frase, simples e direta, me abriu muitos espaços internos e me inspirou a escrever essa news, sobre o que fazer quando a vida dói.
Todos nós enfrentamos dificuldades. Fato. A não ser que você seja um alecrim dourado. Se for, essa news não é para você.
Mas quem suporta as adversidades nunca se esquece de onde veio. Processos difíceis são importantes porque eles gravam memórias em nós. Talvez você ainda não saiba disso, mas a gente não morre quando fracassa ou quando a gente cai da bike. A gente só morre quando desiste.
Se você não sabe qual caminho seguir, não desista de procurar.
Se você não sabe como lidar com a perda que sofreu, não desista de pedir ajuda.
Se você não entende porque você adoeceu, não desista de querer a cura.
Quem joga a toalha, nunca terá resultados.
Sei que pode parecer papo motivacional (e talvez um pouco piegas) de coach. Tem dias em que escrevo mais para mim do que para vocês. Acho que hoje estou precisando de uma dose extra de motivação. Espero que também sirva para você.
Um passeio pelas vinícolas do Uruguai
Com meu grego no Bouza Las Espinas em Punta
Passo todo Natal em Punta del Este, na casa dos meus pais. Lá meu ritmo desacelera, permitindo-me apreciar a beleza da vida: os inesquecíveis pôr do sol de Punta, a brisa do mar acariciando meu rosto, os passeios tranquilos por Portezuelo, e o entardecer no Parador Olaf em Punta Ballena sempre ao som de um bom jazz e um refrescante Clericot na mão.
Pôr do sol no Parador Olaf
Se você nunca foi a Punta del Este, recomendo. Nade contra a maré dos brasileiros que só sabem ir para Miami fazer compras.
Uma das coisas que meu marido e eu mais amamos fazer é visitar as vinícolas. Já exploramos Bouza Las Espinas, Bodega Garzón, Vinã Edén.
Confesso que, inicialmente, eu não sabia nada desse Universo da enocultura (a ciência que estuda tudo o que está relacionado com a produção e conservação do vinho). Também não entendia muito da qualidade dos vinhos em si.
Eu só dava risada quando ouvia as pessoas, com seus aparelhos olfativos emebebidos em suas taças, dizendo:
“Hmmmm…tem notas de madeira" ou “Sinto o gosto de ameixa”.
Meu paladar certamente não é tão refinado. Eu não sinto nada. Meus comentários se resumem a: “Gostei do vinho” ou “Não gostei, é ácido ou forte demais."
Me sigam para mais dicas sobre como avaliar um bom vinho 😂
Os pratos de comida nas vinícolas são um espetáculo à parte. Você não sabe se come o que te servem ou tira foto (os pratos são todos instagramáveis e sei que tem gente aqui me lendo que tem fetiche por tirar foto de comida). Eu, particularmente, prefiro apreciar o momento. Talvez postar depois.
Cada vinícola proporciona uma experiência única e inesquecível.
Mas foi lá, entre as vinhas, que aprendi algo profundo sobre a vida. Sabia que os vinhos carregam consigo histórias de adaptação e resiliência?
Vamos começar a News de hoje com uma simples pergunta:
Você sabe qual é a diferença do vinho branco para o vinho tinto?
Não, não é a cor da casca…👀
Viña Edén - Punta del Este
O segredo está na casca, mas não em sua cor
Ao contrário do que a maioria pensa, o vinho branco não é feito de uvas verdes e o vinho tinto de uvas roxas.
Ambos podem ser feitos de frutas chamadas tintórias, ou seja, que dão cor à bebida. A diferença crucial está no processo: o vinho branco é feito sem a casca da uva, enquanto o tinto utiliza não só a casca, como também as sementes.
O segredo está na a casca da uva. Toda a estrutura, acidez, sabor e cor vêm dela, não do interior.
Uvas com cascas diferentes na Bodega Garzon - Punta del Este
Quanto mais grossa é a casca, mais nobre, complexo e requintado é o vinho.
A uva tem um preço. O vinho tem outro.
É a mesma fruta, submetida a processos diferentes.
Enquanto o guia explicava o processo para mim, ele mencionou algo fascinante sobre o terrário das vinhas. Dentro do mesmo terrário podem haver diferentes tipos terra:
Terra com argila
Terra com poucas pedras esparsas
Terra muito pedregosa
Imagine a minha surpresa quando descobri que a uva mais valiosa é que nasce na terra pedregosa!!! Fiquei intrigada: Como é que uma uva consegue crescer em meio a tantas pedras?
Ela cresce porque a raiz precisa fazer manobras em volta das pedras. A vinha não cresce e se espalha para fora, mas o fruto que ela dá é mais robusto e valioso.
Ou seja, aquela uva pequenininha, que você acha que não vingou porque parece meio murcha e abatida, é justamente a uva que produz o vinho mais caro!
Assim como as uvas, nós também enfrentamos terrenos difíceis e muitas vezes precisamos aprender a nos adaptar.
Assim como as uvas, nós temos um valor antes e outro, totalmente diferente, depois do processo.
Nesse dia ensolarado, em meio ao tour pelas vinícolas, compreendi que o processo, que muitos desvalorizam ou rejeitam, é o que traz o valor necessário.
Resiliência é….decidir levar a vida para passear mais um dia
Li essa frase no Instagram da Liana Ferraz e achei tão linda.
O nosso valor se altera à medida que nos entregamos à confiança na vida. Quanto maior o processo, mais importante ficamos. Aqui não estou falando de uma importância em termos de resultados, retorno financeiro, reconhecimento ou autoridade. Essa importância tem a ver com nossa fé na vida em si.
Não adianta falar que somos todos iguais. Não é verdade. Assim como acontece com as uvas, algumas pessoas nascem em climas mais difíceis, em lares desconstruídos, com pais ou mães abusivos ou narcisistas, ou onde faltam os itens básicos necessários à sobrevivência: comida, um teto, segurança.
Mas o que as uvas me ensinaram foi isso: quanto mais difícil for a estação, quanto mais difícil for o seu entorno, se você estiver conectado com o seu proposito, no futuro, você terá mais valor.
Aquilo que te dói agora…
O processo que te incomoda agora…
A angústia que te aflige agora…
quando conectado com o seu propósito de vida e sua fé nela, se tornará uma lição valiosa. Quem sabe até uma bênção.
Infelizmente esquecemos disso porque bucamos nos galhos o que deveríamos buscar nas raízes. Olhamos para fora, para a vida dos outros, para as conquistas dos outros, para a família dos outros e nos comparamos.
Ainda caio, como você, na armadilha de me comparar. Olho para fulana, que tem 60, 100, 150 mil seguidores, cuja empresa não pára de crescer e às vezes sinto que fracassei ou que deveria estar em outro lugar.
A síndrome do impostor faz com que a gente esteja sempre olhando para quem está mais longe na caminhada e esquece que tem um monte de gente também atrás da gente.
Quando você se compara com quem cresceu muito, esquece que o segredo não é o que sai para fora, é o que entra para dentro. É a raiz.
Por isso, quanto mais difícil o seu processo, quanto mais áruda a caminhada, mais valor você terá mais adiante.
É óbvio que ninguém acorda um dia pela manhã e diz: "Por favor, eu quero sofrer. Eu quero passar por muitas tretas para ser o vinho da terra pedregosa.”
A gente quer uma vida leve e boa. Mas tem coisas que nós escolhemos e tem coisas que nos escolhem.
Ninguém escolhe passar por um divórcio, ter câncer de mama, perder um filho, perder os pais, sofrer um acidente, ver sua empresa falida, sofrer com depressão, sentir ansiedade, ficar paralisado.
As dores que a vida traz com seus processos nos atravessam e uma hora, quer você queira, quer não, você verá os frutos aparecerem.
Eu sei que às vezes olhamos para os cenários de angústia e parece que estamos vivendo um pesadelo sem fim. Olhamos para nossos vales e perdemos a esperança porque parece que não levam a lugar algum.
Parece que existem pedras demais. O clima não é ideal. Uma parte nossa acredita, de fato: “Não vai dar certo."
A mensagem que eu quero deixar com você hoje é que o clima pode ser o pior, o solo pode ser o mais difícil, mas na estação certa, você vai dar frutos.
Nesse dia, em que o fruto brotar, você vai finalmente poder olhar para o processo e dizer: “Eu entendi. Era isso."
Então, como eu me auto motivo???
Eu volto a subir na bike e decido levar a vida para passar mais um dia!
Todo processo tem início, meio….e SIM.
Quando enfrentamos a dor, é natural querer desistir.
Mas lembre-se que cada desafio é uma oportunidade de crescimento. Cada dor, uma chance de nos tornarmos mais fortes. Cada sofrimento, uma lição a ser aprendida. A vida nos testa, nos coloca em situações difíceis, mas ajuda lembrar que todo processo tem início, meio e…sim.
Quando você se abre para o processo dizendo SIM, você ativa uma frequência de cura. Falo mais sobre como lidar com a perda e dizer SIM para a vida nesta Newsletter, que escrevi quando perdi uma amiga que tirou a própria vida.
Vimos hoje que a raiz que se fortalece em solo difícil dá frutos mais doces e nobres. E quando o fruto finalmente aparece, compreendemos o propósito do todo o processo.
Toda vez que você quiser desistir, olhe para trás.
Perceba que cada dor teve um propósito.
Cada lágrima, uma lição.
Cada queda, uma chance de levantar mais forte.
É isso que nos faz humanos. E quando o fim do processo chega, é o início do nosso propósito.
Por Dentro do meu 🧠
🎥 O que estou assistindo: Bridgerton - novos episódios na Netflix. Bem água com açúcar para descansar a mente e aquecer o coração.
🎵 O que estou ouvindo: Como Tomar Decisões de Alto Impacto - podcast com Joel Jota
📕 O que estou lendo: Mesmo Rio - Elisama Santos. Entrei para o clube do livro da minha amiga Fabi Ormerod. Essa é a leitura do primeiro mês. Tivemos um encontro no zoom com a Elisama. Só digo isso: que mulher necessária.
💌 Meu convite para você: te convido a me seguir no meu Insta novo @eudeafelicio onde falo sobre construção de negócios sólidos, sistêmicos e sustentáveis
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👁️ Laboratório do Ser #027 - próxima segunda 18h
Saio de férias na sexta que vem e vou ficar 3 semanas fora do Brasil. Espero conseguir escrever as próximas Newsletters dentro do prazo. Sim, eu escrevo mesmo durante as férias…é minha terapia. Mas, caso eu atrase, aproveite para ler as Edições anteriores.
Vou deixar aqui algumas das preferidas do pessoal:
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Quero te indicar três Newsletters que tem um conteúdo que gosto e acredito que possam te interessar. Ao clicar nas Newsletters abaixo você me ajuda a manter o Laboratório do Ser como uma Newsletter gratuita.
O Gus é meu colega de mentoria e ele escreve sobre construção de hábitos para termos resultados fora da curva. Você pode assinar clicando aqui.
O Gustavo Pedroso também é meu colega na Comunidade dos Alquimistas do HC. Eu acredito que quanto mais mulher rica, melhor. Sendo assim, acho importante aprender sobre investimentos e o Gustavo é fera no assunto!
Abaixo indico uma Newsletter em inglês voltada para o público feminino. A The Mommy traz várias dicas sobre a maternidade. Increva-se clicando aqui.
✍️ Escrita por Andrea Felicio compartilhando experiências pessoais ao redor dos temas: Mentalidade, Mulheres e Marketing.
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